Uma das doenças mais cruéis que vítima milhares de pessoas em todo o mundo é diariamente o câncer. E se o problema em grandes centros urbanos já é complicado, imagine em locais ermos, isolados e com pouca estrutura para atendimentos? Um exemplo disso são as mulheres que vivem na Amazônia e enfrentam os mais diversos tipos de câncer em comunidades onde o atendimento médico especializado simplesmente não chega. Esse é o assunto abordado no penúltimo episódio da temporada do Repórter Record Investigação, O Câncer Nas Mulheres da Amazônia, já disponível no PlayPlus.

A região Norte do Brasil apresenta a maior mortalidade de mulheres por tumor do colo do útero em todo país, segundo levantamento do Instituto Nacional de Câncer (INCA). A equipe do Repórter Record Investigação visitou cidades do Amazonas para denunciar a trágica falta de acesso à informação, exames preventivos e tratamentos eficientes contra a doença.

“O que me deixa muito indignada é que a gente está falando de 2024 e continuamos assistindo a muitas mulheres morrendo de câncer de colo de útero. É uma tragédia! E uma tragédia 100% evitável”, analisa a ginecologista Mônica Bandeira de Melo, da Fundação Cecon (Fundação Centro de Controle de Oncologia), no Amazonas.

A Ministra da Saúde, Nísia Trindade, compartilha da mesma indignação da médica sobre o problema. “Não se justifica sendo uma doença, quando diagnosticada precocemente, tratável. Além disso, é uma doença para a qual um dos principais fatores é o vírus HPV e que nós temos vacina”, pontua Nísia.

A reportagem é conduzida pela jornalista Marcela Varasquim, que sentiu na pele o problema, já que há cerca de três anos foi diagnosticada com um câncer de mama. “Sabia que tinha um setor de emergência perto de mim, a quem eu poderia recorrer. Então, isso me tranquilizava. O propósito de estar na Amazônia, conhecendo essas mulheres é, justamente, ouvir histórias que jamais seriam conhecidas se a gente não fosse até lá”, reflete a repórter.

Brasileiras afetadas pelo câncer, que vivem naquela região, precisam viajar por horas, às vezes até dias, pelos rios da Amazônia em busca de tratamento e sobrevida nas capitais, deixando para trás suas famílias e o conforto em um momento tão delicado.

O câncer não é brincadeira, é traiçoeiro e covarde. Pega a gente no descuido”, afirma a dona de casa Graciela do Carmo, que passou quase um ano distante de seu lar, em tratamento contra uma lesão no colo do útero.

Na cidade de Manicoré, o câncer é um inimigo presente, mas desconhecido por grande parte da população. Muitas mulheres sequer ouviram falar em exame de mamografia. Por isso, quando o diagnóstico da doença chega, é encarado quase como uma sentença de morte para essas brasileiras.

“O ideal é fazer a prevenção. Porque, quando chega no sintoma, a gente já está em uma doença grave”, explica Dácio Quadros Neto, oncologista do Hospital Moriah em São Paulo.

A dura situação da saúde feminina na região da maior floresta tropical do mundo, pode ser conferida em O Câncer Nas Mulheres Da Amazônia, novo episódio da série Repórter Record Investigação, já disponível no PlayPlus, o streaming da RECORD.

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